quarta-feira, 7 de novembro de 2007

one more

Mais uma do país do "faz-de-conta"!
Mais uma companhia aérea fecha as portas no Brasil.


Dessa vez foi a BRA - empresa que atuava no mercado desde 1999. Servindo mais de 26 cidades brasileiras e 3 destinos internacionais, a BRA divulgou nota ontem dizendo que estaria suspendendo suas atividades e colocando todos os seus colaboradores em aviso-prévio. Traduzindo: não brincamos mais de aviãozinho! Rua!


Aos bons entendores - quando em agosto último, durante uma mega-solenidade em São José dos Campos com a presença dele, Lula Molusco - a BRA já dava sinais de "hipóxia".


Quando o tal Folegatti anunciou a compra de 20 jatos E195 com a pretensão de alcançar 100 jatos até 2012, concluí: esses caras só podem estar cheirando cola!


Todos aqueles presentes à cerimônia na Embraer provavelmente estavam alucinados! Todo mundo havia tomado muita droga - pois ouvir uma merda dessa tamanho e aplaudir - só pode ser coisa de maluco, de possuído ou dominado pelas drogas!


Porém - tais alucinações são comuns pelos quatro cantos do país-do-faz-de-conta! O povo curte ser enganado - e quanto mais tosco e absurdo o grau do delírio - maior a aceitação popular!


Lembram do Canhedo e os planos de ressucitação da VASP junto à Embraer? Pois é!! O delírio era tanto que as publicações especializadas divulgavam em suas capas aeronaves da Embraer nas cores da VASP! Cadê VASP hoje? Cadê a TRANSBRASIL?


Quem passar pelo Aeroporto de Brasília pode achar que está tendo uma alucinação - ou que voltou no tempo - ao observar no páteo remoto aeronaves nas cores da VASP e TRANSBRASIL largadas. Até dias atrás havia um MD11 da VARIG por lá também. Será que alguém se pergunta o por quê esses aviões estão largados por lá???


Aeroporto de Brasília - Setembro de 2007


A aviação no Brasil - como muitos outros setores - sofre pelo descaso de seus gestores irresponsáveis. Alimentados por um ambiente contaminado pela corrupção, pela lavagem de dinheiro entre outras malandragens, oportunistas fazem a festa!

Logo depois do fiasco em São José dos Campos, veio a notícia do final do acordo BRA-OCEANAIR. Outra pista de que a "casa estava caindo"!
Ao final de outubro - Folegatti deixou o cargo de liderança na BRA e com isso a divulgação que a empresa precisava de um capital de US$30 mi para continuar "girando"! Analistas do setor afirmam que fundos chegaram a investor mais de US$ 70 mi, mas tinham relação difícil com Folegatti que mantinha o controle acionário da empresa. O grupo de investidores - entre eles um fundo liderado por Armínio Fraga (ex-presidente do BC ) - estava com dificuldades para "convencer" os bancos a fazer novos aportes. Pouco mais de 15 dias após essas divulgações - a empresa fecha as portas!

Dessa vez, mais de 1100 funcionários souberam que estavam sem emprego na tarde do dia 06 de novembro de 2007. Há quase seis anos atrás - em dezembro de 2001 a TRANSBRASIL também fazia o mesmo. Depois vieram VASP e VARIG. Em menos de 6 anos, quatro empresas aéreas quebraram. Novamente: alguém se habilita a perguntar os porquês???

Entre essas e outras - o país vai mostrando sua fragilidade em uma das áreas que é a base do crescimento econômico - a infra-estrutura.

Espero por mudanças nos próximos anos. Rigorosas mudanças devem ser feitas no que diz respeito ao plano diretor do transporte aéreo público e regular no Brasil. A aviação regional precisa resurgir - mas de forma saudável. Mudanças no CBA precisam ser estudadas e viabilizadas. Talvez fosse o momento de rever o limite de capital estrangeiro na composição das empresas. Um aporte maior que 20% de capital estrangeiro nas empresas - juntamente com o incentivo de parcerias público-privada talvez fosse o "input"que faltava para termos uma maior grau de investimento em infra-estrutura e consequentemente, desatar o "nó" logístico e profissional que trava a aviação no Brasil.

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