quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

a onda

acabei de ler “A Onda – Em busca das gigantes do oceano”, de Susan Casey. um trabalho bem bacana e muito bem conduzido pela autora. leitura obrigatória para aqueles que são apaixonados pelo o oceano. curti! vale a dica!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

waterman

laird hamilton segue o conceito polinésio de "waterman", um código que exigia do surfista autoconfiança completa tanto no oceano como em terra.
um "waterman" é capaz de compreender seu ambiente. pode sentir as mudanças mais sutis do vento e saber como aquilo afetará a água. consegue navegar orientando-se pelos astros. além de surfar as ondas, sabe como elas funcionam.
mais do que tudo isso, um "waterman" sempre demonstra respeito apropriado por seu elemento. ele reconhece que o oceano atua em uma proporção que torna insignificantes até mesmo as maiores iniciativas do ser humano.
hamilton, é a representação moderna de um "waterman". talvez por isso seja capaz de produzir momentos como esses, surfando a onda do século em Teahupoo.
















mais do que isso, hamilton é adepto a uma filosofia muito interessante. suas palavras:


"existe uma escola de pensamento que diz que você não treina para aquilo que não quer que aconteça.... não quero saber conscientemente quanto tempo consigo ficar sem respirar. só sei que, por enquanto, consigo o tempo suficiente"
(A Onda - Em busca das gigantes do oceano. Casey, Susan / Rio de Janeiro: Zahar 2010 pp44)


em tempos de virada de ano, principalmente para aqueles que procuram novos "nortes" para suas vidas, fica a dica! por hora é isto! valeus!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

viagem

pois então...
há pouco, via e-mail, me perguntaram "por onde andava"!
então percebi que minha vida é um vai e vem, faz e desfaz mala, dorme cada dia em um lugar que posso enfim concluir, que não sou mesmo uma planta! afinal, definitivamente, posso viver sem raízes!
a menos que eu seja um árvore de mangue, que tenha desenvolvido pneumatóforos..... seráááááá?
veja que as coisas podem começar a fazer sentido depois de um simples e-mail, de uma simples pergunta!
melhor dizendo....veja como as coisas podem perder o sentido depois de um simples e-mail!
enough is enough!

domingo, 12 de dezembro de 2010

sailing

acabei de ler "Lobos do Mar", de Torben Grael.
os caras botaram na água um mega-veleiro de 70 pés e se jogaram mar (ou oceano!) adentro!
ao final de 9 meses de disputa da Volvo Ocean Race - os caras havia percorrido mais de 57000 kilômetros disputando uma regata cuja proposta é bastante singela: dar a volta ao mundo!
uma verdadeira aventura com passagens muito sinistras, mas muito inspiradoras! coisa de profissional mesmo! velejada para verdadeiros homens do mar!
Grael, então na função de comandante da embarcação, descreve com muita sabedoria os diversos cenários desafiadores que encarou e as difíceis decisões que precisou tomar. uma verdadeira aula de liderança e de comprometimento com um time, com um objetivo.
palavras de Grael: "Nossa vida oceânica era assim um problema, um susto, uma pequena perda, uma solução".
muito legal! qualquer semelhança com a vida real, não é mera coincidência!


ano que vem tem mais! segundo organizadores, 7 times já estão confirmados para o próximo desafio! por hora, apenas 4 times se lançaram na mídia - os outros ainda estão "escondendo" o jogo!
a primeira etapa da Volvo Ocean Race 2011/12, será uma regata "in-port"em Alicante, na Espanha, no dia 29 de Outubro.
logo depois, dia 05 de novembro, os caras partem para o mundo....
o bacana dessa história toda, é que mais uma vez, uma escala está prevista para o brasil!
em uma das etapas, os caras partem de Auckland direto para Itajaí/SC, com chegada prevista para o início de abril. e melhor ainda, por lá mesmo está prevista uma regata "in-port" para o dia 21 de abril de 2012!
bora pra lá então, curtir e aprender um pouco mais com quem sabe!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

darwin era punk

reprodução do texto publicado na seção "bloco de notas" da Revista Scientific American Brasil, número 103, dezembro 2010.

Darwin Era Punk - Músico e biólogo evolucionista Greg Graffin explica por que não existem boas músicas sobre ciência e como a evolução pode ser um guia para a vida.
Qual a relação entre a evolução e o punkrock?
A idéia por trás dos dois é o desafio à autoridade, o desafio ao dogma. É um processo de descoberta coletiva. É debate, é experimentação e é verificação das alegações que podem ser falsas.
Em seu novo livro, Anarchy evolution: faith, science and bad religion in a world without a God, você fala sobre a "exuberância anárquica da vida". O que quer dizer com isso?
O problema é: como você fala sobre seleção natural sem insinuar a rigidez da lei? Nós a usamos quase como uma participante ativa, quase como um deus. Na verdade, pode-se substituir a palavra "deus" por "seleção natural" em muitos trabalhos evolucionários e você pensaria estar ouvindo um teólogo. É um esquema que sabemos não existir, mas o ensinamos mesmo assim: mutação genética e algumas forças ativas escolhem aqueles mais favoráveis. Isso definitivamente não é uma explicação completa para o que acontece. Devemos parar de pensar em comportamentos como leis e abraçar os acasos.
Darwin era punk?
Ele era muito certinho por causa da cultura inglesa vitoriana, mas com certeza gostava de se reunir com os radicais. Existem fãs do punk que de certa forma permanecem nas sombras, que amam a música e o que ela representa, mas nunca na vida participariam da slam dance (saltar e se chocar em grupo uns contra os outros em um show). Darwin pode ter sido desse tipo de antiautoritário pensativo e contemplativo.
Existem boas músicas sobre ciência?
Não, não conheço nehuma. Muitos autores que foram sortudos o bastante para fazer sua música chegar ao rádio ou ser bastante ouvida não sabem nada sobre ciência. As boas músicas têm grande dose de metáfora. A maioria das músicas sobre ciência não tem disso. Como She blinded me with science. É uma música boba, que Thomas Dolby me desculpe.
Como a evolução pode ser um guia para a vida?
Quando você ganha na loteria ninguém pede para que você justifique. Se te acontece uma tragédia todos querem saber por quê. Todos querem que você a justifique. A maneira como vocô o faz, a estória ou narrativa que você conta, é a sua visão do mundo. O registro fóssil é um grande consolo para mim em tempos difíceis, porque me ajuda a reconhecer que o drama que está se desenrolando no planeta atualmente é um de uma série de episódios. No fim, a vida continua mesmo depois de uma catástrofe. Isso me traz conforto. Não me pergunte por quê.

esse foi Greg Graffin - vocalista principal do Bad Religion e conferencista em ciência da vida e paleontologia na UCLA.
boa Greg!