segunda-feira, 13 de abril de 2009

Galápagos - Intro

Antes de Galápagos, um pequeno registro:
Marco Polo, famoso mercador e explorador, foi um dos primeiros orientais a percorrer a Rota da Seda - elo de ligação entre o Ocidente e o Oriente na antiguidade. Em 1272, partindo da Armênia em companhia do pai e do seu tio, Marco Polo regressou à Veneza em 1295, depois de cruzar toda a Ásia em direção a corte do Rei mongol Kublai Khan, neto do poderoso Gengis Khan.
Em seu retorno, acabou sendo feito prisioneiro na Guerra contra Gênova, e durante seu cativeiro ditou suas aventuras de viagem a outro prisioneiro. 
Suas crônicas e histórias povoaram imensamente o imaginários de vários povos e chamavam a atenção pela incrível riqueza de detalhes e emoção produzida em suas narrativas. Ainda existem dúvidas se Marco Polo fez tudo o que alegou ou, simplesmente narrou histórias que ouviu de outros viajantes. 
Quando eu estava moleque, por volta dos 14/15 anos, encontrei na estante de livros de casa um livro chamado "O Viajante - As Espantosas Aventuras de Marco Polo"  - Gary Jennings. Este livro está comigo até hoje! Uma fascinante recriação da épica viagem de Marco Polo ao Oriente - onde por mais de duas décadas, se fez como mercador, guerreiro, amante, espião e até mesmo coletor de impostos - mas sempre um viajante com apetite insasciável por novas experiências - lamentando apenas aquilo que não conseguiu ver ou fazer.
Guardada as cabíveis proporções, esses mesmos pensamentos rondavam minha mente quando no regresso ao Brasil. Estava em um estado de tamanha euforia, por conta dos últimos 10 dias nas Ilhas, que incomodava a percepção da impossibilidade de transmitir com precisão, compartilhar ou ao mínimo, descrever as sensações, as experiências, os sentimentos vividos quando rodeado pelo Pacífico. 
Na tentativa de minimizar esse incômodo dissabor  - recorro à transcrição do parágrafo introdutório do livro de Gary Jennings:
"Quando Marco Polo jazia em seu leito de morte, seu confessor, seus amigos e parentes reuniram-se em torno dele e lhe suplicaram que se retratasse das incontáveis mentiras que contara como se fossem suas autênticas aventuras, de modo que sua alma pudesse, purificada, subir para o Céu. O velho ergueu os olhos, almadiçoou-os redondamente e declarou: Não contei nem a metade do que vi e fiz!"

"Por do Sol" - Zé Eduardo, Rafa e Guilherme -  La Lobería - Ilha de San Cristóbal, Galápagos.

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