domingo, 25 de julho de 2010

fair play

em terras distantes dos país tropical, só consegui acompanhar o final do GP da Alemanha de F1. faltava pouco menos de 10 voltas para o final da corrida e então, fiquei sabendo do que havia a pouco acontecido. Felipe que liderava a prova, depois de um rápido e direto recado via rádio, abriu mão da vitória ao ceder passagem ao companheiro de equipe, o espanhol Alonso.
mais uma vez, a discussão sobre a ética esportiva vem a tona! seguindo os passos de outro brasileiro - Rubens no GP da Austria em 2002 - que também cedeu a vitória de um GP por conta de uma ordem que priorizava os benefícios para a equipe. Rubens carrega até o hoje a insígnia de perdedor, e no brasil, entrou para história como sinônimo de derrota.
por todos os cantos do brasil, em diversos sites especializados, pipocam comentários, opiniões e críticas sobre o ocorrido!
o que eu acho sobre tudo isso? um show de hipocresia! melhor dizendo, mais um show de hipocresia de uma sociedade que é dominada por interesses individuais, e não coletivos.
entenda o leitor, que não estou em referindo ao felipe e a sua decisão - mas sim aos milhões de brasileiros que agora estão entupindo os twitters da vida com lamentações, com injúrias e críticas a decisão de um corredor que hoje jogou pelo coletivo, pelo time!
incrível com uma decisão que visa benefício coletivo, e não o próprio, é tão duramente combatida e criticada em terras tupiniquins! lamentável!
sim! eu compreendo, eu aceito e concordo com a decisão de Felipe! acho que está mais do que evidente que ele, ou qualquer um que ali esteja, está para jogar pelo time, pelo coletivo! a equipe não trabalha para você, torcedor brasileiro - a equipe e quem se habilita a trabalhar por lá, o faz para o bem coletivo da mesma!
Felipe trabalhou pelo coletivo! Certamente, por sua atitude será condenando no brasil, por que o brasileiro só pensa no próprio rabo!
e tem mais! muito mais!
não sejamos inocentes e utópicos, e não admitir que interesses comerciais estão, mais do que nunca, acima de qualquer interesse esportivo. muito mais ainda em um "circo" que movimenta milhões e milhões de dólares por ano! Felipe tomou uma decisão de empregado, de um funcionário de uma grande empresa, e não um corredor
Felipe, assim como eu, como você e como todos esses hipócritas que agora o criticam por ter "entregado o jogo", está sujeito a um chefe, a um contrato de trabalho, a um "establishment"!
Felipe, assim como eu, como você e como todos esses hipócritas que agora o criticam, troca seus "serviços" por uma remuneração, um salário que possa trazer conforto a ele e sua família. entenda aqui o conceito de "conforto" da forma que quiser: um jato de 30 milhões de doláres para uns ou um prato de arroz com feijão ao final do dia para outros!
tudo muito triste, não? talvez possa parecer muito exagerado para alguns - mas tudo (tudo mesmo!) em nossas vidas, tem um preço!
não adianta virem com essa de "fair play" - por que na vida real, não existe porra nenhuma de "fair play"!
sim! não espere encontrar "fair play" quando disputar um lugar no busão amanhã cedo, os melhores clientes da sua empresa, uma vaga de estacionamento, e muito menos....em uma corrida de F1!
gostaria muito de estar enganado a respeito disso tudo! gostaria que essa minha leitura não passasse de um grande erro! mas tenho certeza, que amanhã cedo, assim que "colocar os pés" de volta ao brasil e pegar um jornal para ler, continuarei a acreditar que, infelizmente, meus pensamentos estão corretos!
alguém aqui duvida disso?

Um comentário:

Carol disse...

Se eu tivesse um jornal, te contrataria.
Sério mesmo. Bj